Bem vindos

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Pense no hoje








Onde você vive?

Bem vindo ao passado.

Pense nisso!

Uma vida completa


Diz a sabedoria popular que um homem só tem uma vida completa quando planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho.
O lance é que, principalmente hoje em dia, plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho não requer nenhuma habilidade especial. Para falar a verdade, dá muito mais trabalho derrubar uma árvore, ler um livro e evitar ter filhos. Essas é que deveriam ser consideradas as verdadeiras realizações de uma vida.
Plantar uma árvore é de longe a mais fácil das tarefas, até passarinho faz. Aliás, faz cagando. Mas quem mora em uma cidade grande sabe como é difícil derrubar uma árvore. Já é difícil até encontrar alguma árvore para ser derrubada. E quando você consegue uma árvore para derrubar, como no caso da mangueira que estava bem no local onde meus vizinhos queriam construir uma piscina, vi que é preciso esperar semanas por um processo altamente burocrático na prefeitura. E eles ainda tiveram que contratar uma equipe especializada. E depois cortar tudo em toquinhos pequenos, pro caminhão de entulho levar. Deu para sentir o trabalho? Bem mais complicado do que comer uma manga e enterrar o caroço.
E escrever um livro? Convenhamos: qualquer babaca pode fazer isso. Eu fiz, ora bolas! E para isso só precisei relatar o que me aconteceu em uma semana de viagem ao Piauí. Tem mamata mais fácil? Pior que tem! E eu conheço nego que nem precisou “escrever” um livro para “ser autor” de um livro. Dois anos fazendo um blog com “piadinhas de Photoshop”, uma compilação dos melhores momentos em cerca de 70 páginas e pronto! Um livro! Com ISBN e tudo!
Agora, ler um livro... Ah meu amigo, isso não é mole. Eu não estou falando sobre simplesmente ler a seqüência de palavras que formam frases, as frases que formam parágrafos e os parágrafos que formam capítulos e os capítulos que formam um livro. Isso qualquer um faz. Refiro-me a entender plenamente o sentido de tudo que foi ali escrito. Cara, dá um trabalho... Para vocês terem uma idéia, eu me meti a ler “O Capital”, de Marx, quando estava na oitava série. Não entendi lhufas (mas na época achei que entendi algo). Cinco anos de intensos estudos depois (tá, nem tão intensos assim), voltei a ler o mesmo livro na faculdade. Que diferença! E mesmo assim passei em Economia Política II cravado, com 6. Eu me eduquei anos e estudei a porra do livro durante um semestre inteiro: passei com um medíocre 6. Já para escrever o meu livro, demorei menos de 3 meses. E, se me perguntassem, afirmaria que prefiro escrever outro a encarar mais um período de ECOPOL II naquele manicômio.
Os filhos nem discuto. Olha para a fila da farmácia e veja quantas pessoas estão comprando camisinhas, pílulas, diafragmas e etc. Depois veja quantos estão comprando hormônios de fertilidade. Manter uma vida sexual ativa e garantir que você não está fabricando um herdeiro é, de longe, a tarefa mais difícil das três. São bilhões de espermatozóides tentando a vida e você tem que se certificar que absolutamente nenhum vai conseguir cumprir a sua missão. E não existe criatura mais tenaz do que um espermatozóide. Garanto que quando você goza no chuveiro, seus espermatozóides nadam o sistema de esgoto inteiro procurando qualquer coisa para fecundar. Eles sabem que estão no lugar errado, mas não perdem a esperança e continuam nadando, tentando a sorte.
Uma vida verdadeiramente realizada não é para qualquer um. Praticamente para ninguém. Mas me lembrei agora do “Contador”, um amigo de faculdade que tirou 10 em ECOPOL II (e em todas as outras matérias). Esse está no caminho certo para ter uma vida completa. Acho que o mais difícil mesmo vai ser a árvore, já que evitar filhos não é um grande problema para quem perde uma noite de sexta tentando entender o que Marx escreveu naquela no livro.

Expectativas Profissionais

          Eu espero poder ser uma excelente profissional, honesta, dedicada e uma membra participante da sociedade , alguém preocupada com os padrões morais , levando sempre comigo coisas positivas e com as coisas que realmente  iram fazer á diferença para a sociedade .
        Quero poder constituir uma  família e ter filhos para ensinar a eles como serem pessoas de bem. Desejo sonhar muito, pois isso é o que impulsiona os sonhos a se tornarem realidade.


                       

Agradecimento aos professores


Pessoa não comum!
Pessoa sábia!
Símbolo para muitos!
Pessoa venerada por sua sabedoria!
Ídolo para as crianças!
Quem sabe, tirano para os adolescentes!
Amigo para os de mais idade!
Não importa o título.
Para muitos uma mão estendida para abraçar ou para punir, porém sempre para ensinar!
Muitos Mestres passam por nossa vida, mediando o conhecimento, abrindo portas, mostrando caminhos!
Os anos passam... O conhecimento é acumulado, algum conhecimento esquecido, outros ultrapassados, mas os valores são eternos e a lembrança de alguns mestres permanece.
Somos frutos de algum mestre, seja ele professor, pai ou mãe, pois todos são mediadores. Todo pai é um pouco mestre e todo professor é um pouco pai!
Obrigada, Mestres!
Obrigada, Professores

quarta-feira, 20 de junho de 2012

História da Educação Infantil no Brasil

Vale a pena conferir.

POESIA DE AMOR...

texto "O direito de ser criança" de Ruth Rocha e som "Dias Melhores" de Jota Quest.

EDUCAR...


Limites...


Brincar é aprender...


Aprendendo sempre... PSICOMOTRICIDADE

http://www.animacorpus.net/psicomotricidade/

APRENDER E EDUCAR.


EDUCAR E BRINCAR... CRESCER...


Aprender...Educação Infantil.


Educar e aprender...


Infância- Tempo de construir valores...


Educar... filho faz por imitação...


Educar e aprender... Transformação...


Video = Ciência estuda o que e passa no cérebro dos bebês


Educar... Aprender...


EDUCAR E BRINCAR. APRENDER COM A NEUROCIÊNCIAS...


Videos

TRAILERS - SLIDES - •Documentários, Entrevistas

EDUCAÇÃO - AMBIENTE - DESENVOLVIMENTO - POLÍTICA - ATITUDE - CULTURA

NOSSOS MESTRES NA LITERATURA INFANTOJUVENIL


A voz do autor no rádio...


Falar e ouvir... uma questão pessoal...


Um pouco de sua história...


Conversando com autores...


Tatiana Belinky, a escritora que queria ser Emília...


Histórias que nos acompanham...


PAI DA TURMA DA MÔNICA...


Uma contadora especial...



Histórias para ouvir e contar... O clássico mundial A Árvore Generosa.


A ARTE DE CONTAR HITÓRIAS...


A História Mais Longa do Mundo (adaptação)


História Marcelino Pedregulho (adaptação)


Divirtam-se... CRIANÇAS.



Todo dia é dia de ser professor.

PROFESSOR...TODO DIA É DIA... 15 DE OUTUBRO

Se aproxima também o dia do professor, 15 de outubro muitos se rendem para nos homenagear... Seria tão bom que todos refletissem sobre o que a história vem nos ensinando sobre
SER PROFESSOR...
Nosso grande educador Paulo Freire escreveu dos "Saberes necessários à prática educativa", para uns seu pensamento é utópico, para outros radical ... e o mundo se rende a sua genialidade. Ele nos fala,
"É o saber da história como possibilidade e não como determinação. O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrência.
Não sou apenas objeto da História mas seu sujeito igualmente."
Entrei no site da Revista Educação, encontrei esta matéria... Trago como convite, a reflexão...
...Ser ou não Ser Professor.. .
Carreira

Professor nas telas

Lançamentos do cinema brasileiro e norte-americano trazem visões distintas sobre a docência


Sérgio Rizzo
Cena de "Uma professora muito maluquinha": busca docente por novos métodos de ensino

De um lado, uma professora "sem classe" interpretada pela atriz norte-americana Cameron Diaz; do outro, uma "muito maluquinha" vivida pela brasileira Paola Oliveira. Duas representações bem diferentes de educadores, de alunos e do ensino básico. Criadas pelo cinema, mas de acordo com circunstâncias e objetivos distintos. Justamente por isso, ambas fornecem matéria-prima para identificar mais uma vez alguns dos estereótipos sobre a escola em circulação na sociedade.
A comédia norte-americana Professora sem classe estreou nos cinemas brasileiros no final de
agosto, enquanto a produção infantojuvenil brasileira Uma professora muito maluquinha tem lançamento previsto para 7 de outubro. Embora o primeiro seja muitas vezes agressivo e vulgar,
e o segundo prefira um ar de inocência, os dois coincidem ao recriar a escola como um espaço controlado por adultos aborrecidos e, em alguns casos, francamente debiloides.
Elizabeth, a personagem de Cameron Diaz em Professora sem classe, volta à escola em que odiava trabalhar, em uma pequena cidade do Estado de Illinois, depois de ser deixada pelo noivo milionário. Para enrolar seus alunos de sétima série, ocupa as aulas com a exibição de filmes. Ironicamente, a seleção inclui títulos norte-americanos populares sobre educadores que transformam positivamente a vida de suas turmas: O preço do desafio (1988), Meu mestre, minha vida (1989) e Mentes perigosas (1995).
Sua postura muda, no entanto, quando descobre que o dinheiro para fazer um implante de silicone nos seios - "instrumento" para fisgar outro noivo milionário - pode vir de um prêmio ao professor cujos alunos apresentem o maior salto no desempenho em um exame estadual. Determinada a fazer de sua turma um exemplo, Elizabeth procura meios para incrementar o aprendizado e chega a um modo ilícito, mas seguro, de obter bons resultados no exame.
Como a personagem é caracterizada como alguém sem o menor compromisso com o ensino, seu comportamento pouco tem a ver com projeções sobre professores. Não é o caso, porém, do diretor e dos colegas de Elizabeth na escola - cada um deles inepto à sua maneira, e todos com evidentes problemas de sociabilização. Trata-se apenas de uma comédia hollywoodiana para consumo de massas, e não de um estudo sobre a profissão, mas o êxito do filme (cerca de US$ 100 milhões arrecadados nos Estados Unidos) sugere que algo ali corresponde às experiências do espectador e às suas projeções.
Versão brasileira
A ação de Uma professora muito maluquinha se ambienta no interior de Minas Gerais, durante a 2ª Guerra Mundial, e corresponde em linhas gerais aos personagens e situações do livro homônimo de Ziraldo, publicado em 1995. O autor assina o roteiro e faz uma participação especial, muito breve, como o gerente da única sala de cinema do lugar. Natural, portanto, que a adaptação - dirigida por André Alves Pinto e César Rodrigues - procure reproduzir o ar singelo e nostálgico do livro.
Sob a desconfiança da diretora e de quase todas as professoras do grupo escolar da cidade, a inexperiente Catarina (Paola Oliveira) assume uma turma de crianças recém-alfabetizadas. Para tornar as aulas mais divertidas e os alunos envolvidos pelos temas, ela passa a usar estratégias que parecem estranhas às colegas, muito conservadoras (e abobadas como as de Professora sem classe). Além disso, para aumentar o incômodo, Catarina é muito bonita, exala simpatia e desperta o interesse de diversos rapazes.
Como no livro de Ziraldo, ela é uma precursora de procedimentos hoje corriqueiros para aumentar o interesse das crianças pelo conhecimento e para conectá-lo ao seu cotidiano. A aula de geografia, por exemplo, é dada ao ar livre, durante um piquenique no alto de uma colina com vista para um lago. Outra de suas inovações é levar a turma para assistir a um longa-metragem hollywoodiano sobre Cleópatra que incrementa os estudos sobre o Egito.
Casa de ferreiro, espeto de ferro mesmo: a produção de Uma professora muito maluquinha oferece, no site do filme (endereço abaixo), uma "cartilha pedagógica", para auxiliar os professores interessados em explorar o universo de Ziraldo com seus alunos. No lugar de um "material didático prescritivo", a autora da cartilha, Débora Garcia, acredita "que será muito mais proveitoso deixar-se provocar pelo espírito inquieto de Catarina, pela ternura de seus atos, pelo seu comprometimento com a educação em seu sentido mais amplo e pela crença de que é possível aprender, sempre".
Saiba mais: www.professoramaluquinha.com.br
Para fazer a leitura completa e seguir sugestões dos filmes...

Personagens que fazem História

Revista Nova Escola - 06/2007
Eduardo Queiroga
"No sertão, a gente fala muito e foi justamente desse falatório todo que tirei inspiração para os meus livros"

ENTREVISTA

Todo professor deve ter um pouco de ator

Aos 80 anos, comemorados no dia 16 de junho, o romancista, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna,
está cheio de planos. Em janeiro, ele assumiu a Secretaria da Cultura de Pernambuco - seu terceiro
cargo público -, prometendo continuar na defesa da cultura popular brasileira, que apóia como poucos.

O escritor e secretário de Cultura de Pernambuco conta como aprendeu a ler e

se apaixonou por literatura e diz porque nunca deixou os alunos entediados em

32 anos de magistério

Dessa vez, Ariano se empenha para colocar em prática o projeto batizado de A Onça
Malhada, a Favela e o Arraial. Trata-se de uma iniciativa que vai levar para os
quatro cantos do estado (das periferias das cidades aos rincões do sertão) suas
célebres aulas-espetáculo, palestras que há anos fascinam os brasileiros. Se
o escritor já lota os auditórios por onde passa, agora ele pretende convidar o povo
simples, "do Brasil real", para o escutar embaixo de uma lona de circo, acompanhado
de bailarinos e músicos. "Sou um pouco ator, como todo professor deve ser", justifica
o "pai" de Chicó e João Grilo, personagens de sua mais célebre obra, o Auto da
Compadecida.
Formado em direito e filosofia, ele lecionou durante 32 anos na Universidade
Federal de Pernambuco. Em 1999, assumiu a cadeira de número 32 da Academia
Brasileira de Letras e, em 2002, foi homenageado pela escola de samba carioca
Império Serrano. "Não vi diferença entre as duas honrarias", afirma. Nesta entrevista,
concedida à NOVA ESCOLA no seu casarão do século 19, localizado às margens
do rio Capiberibe, no Recife, o criador de histórias como O Santo e A Porca, entre
tantas outras que têm o Nordeste como inspiração, fala como se tornou um grande
leitor e escritor, comenta a situação da Educação brasileira e diz quais são as
estratégias que usa para dar boas aulas desde os 17 anos.

NOVA ESCOLA: Com quantos anos o senhor aprendeu a ler?Suassuna: Antes de
entrar para a escola, aos 7 anos, orientado pela minha mãe e por uma tia, lá no sertão
de Taperoá, na Paraíba. Hoje isso é muito raro, pois as mulheres têm de trabalhar fora,
não é?
O hábito da leitura vem dessa mesma época?
Eu não tenho o hábito da leitura. Eu tenho a paixão da leitura. O livro sempre
foi para mim uma fonte de encantamento. Eu leio com prazer, leio com alegria.
O meu pai, que perdi aos 3 anos de idade, deixou de herança para nós uma
biblioteca fabulosa para os padrões do sertão naquela época. Tinha de tudo.
Ibsen, Dostoiévski, Cervantes, Machado de Assis, Euclides da Cunha. Meus
tios também viviam comprando livros em Campina Grande para eu ler.
Era Eça de Queiroz, Guerra Junqueira e um título do qual me lembro muito,
Dodinho, de José Lins do Rego.

Como começou a escrever?
Certo dia, eu tive uma prova de Geografia e não sabia nada. Então, resolvi dar
as respostas por meio de versos. O professor quis saber quem era aquele aluno
e, em vez de me dar uma bronca, me elogiou. Dias depois, ele deu um jeito de
publicar no Jornal do Commercio, aqui, do Recife, um de meus poemas
que havia mostrado a ele. Em 1947, eu e outro colega fundamos o Teatro do
Estudante de Pernambuco, que encenava peças de nossa autoria. Nesse mesmo
ano, escrevi Uma Mulher Vestida de Sol e não parei mais.

No que está trabalhando agora?
Estou concluindo o Romance d'A Pedra do Reino, lançado em 1971. Estou
devendo isso aos meus leitores desde 1981.

O senhor usa o computador para escrever?
Jamais! Escrevo tudo a mão. Minha letra é muito bonita. Acho que a única
função do computador foi aposentar as máquinas de datilografia, que já usei um
dia. O meu genro é quem lê os originais e depois passa para o computador.

A popularização de sua obra literária se deve muito à TV. Como ela pode se tornar
um aliado do professor no fomento à paixão pela leitura?
A TV é um meio de comunicação no qual a oralidade predomina. Se o professor
escolher boas adaptações, como a que Guel Arraes fez de O Coronel e o Lobisomem,
do meu amigo José Cândido de Carvalho, exibir para os alunos e depois facilitar o
acesso ao livro, eu duvido que eles não se interessem.

Por que ser professor?

Por que ser professor?

Moacir Gadotti
Inspirei-me no educador Paulo Freire (1921–1997) para escrever este texto. Paulo Freire nos fala, em Pedagogia da Autonomia, seu último livro, da “boniteza de ser gente”, da boniteza de ser professor: “Ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”.

Paulo Freire chama a atenção para a essencialidade do componente estético da formação do educador. Por isso, coloquei um título que fala de sonho e de sentido. “Sentido quer dizer caminho não percorrido”, mas que se deseja percorrer; portanto, significa projeto, sonho, utopia.

Aprender e ensinar com sentido é aprender e ensinar com um sonho na mente; e a pedagogia deve servir de guia para realizar esse sonho.

Paulo Freire, em 1980, logo após voltar de dezesseis anos de exílio, reuniu-se com um grande número de professores em Belo Horizonte, Minas Gerais. Falou-lhes de esperança, de “sonho possível”, temendo por aqueles e aquelas que “pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar”; aqueles e aquelas que, “em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, em lugar dessa viagem constante ao amanhã, atrelem-se a um passado de exploração e de rotina”.

Em 1997, dezessete anos depois, em Pedagogia da Autonomia, lançado três semanas antes de seu falecimento, Paulo Freire se mantinha fiel à mesma linha de pensamento, reafirmando o sonho e a utopia diante da “malvadez neoliberal”, diante do “cinismo de sua ideologia fatalista e da sua recusa inflexível ao sonho e à utopia”. Denúncia de um lado, anúncio de outro: a sua pedagogia da autonomia frente à pedagogia neoliberal.

Lembrando os dez anos da morte de Paulo Freire neste pequeno artigo-livro, quero retomar o que ele disse e entender o seu significado no contexto de hoje. Paulo Freire nos falava da “boniteza do sonho de ser professor” de tantos jovens desse planeta. Se o sonho puder ser sonhado por muitos, deixará de ser um sonho e se tornará realidade.

A realidade, contudo, é muitas vezes bem diferente do sonho. Muitos de meus alunos e minhas alunas, seja na pedagogia ou na licenciatura, não pensam em se dedicar às salas de aula. Muitos revelam desinteresse em seguir a carreira do magistério, mesmo estando num curso de formação de professores. Pesam muito nessa decisão, as condições concretas do exercício da profissão. Preparam-se para um ofício e vão exercer outro.

No Brasil, o professor é desvalorizado. Há um ditado popular conhecido: “Quem sabe faz, quem não sabe ensina”. É sinistro. Essa destruição da imagem do professor custará muito caro, dizia já em 1989 o jornalista Leonardo Trevisan: “Todos dizem que gostam muito dos professores, mas não chegam a incomodar-se muito com o fato de que há tempos eles recebem um salário de fome. O salário é a parte mais visível de uma condição — da qual decorre um papel social que se descaracterizou por completo... Só quem não quer ver não percebe o sentimento de cansaço, de esgotamento de expectativas de quem encarava com dignidade o seu desempenho profissional”.

A situação vem se arrastando há anos. Em 45 anos de magistério, não tenho visto grandes melhorias. Ao contrário, ouço muitas promessas. As melhorias existem aqui e acolá, mas são pontuais e localizadas — servem apenas de exemplo —; são conjunturais, e não estruturais; são provisórias, passageiras, e não permanentes. Correspondem a uma política de governo, e não a uma política pública de Estado. Por isso, continuo me questionando: “Por que sou professor?”. Uma pergunta que ouço com frequência também entre meus pares.

A resposta talvez possa ser encontrada numa mensagem deixada por um prisioneiro de campo de concentração nazista, na qual, depois de viver todos os horrores da guerra — “crianças envenenadas por médicos diplomados; recém- -nascidos mortos por enfermeiras treinadas; mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades” —, ele pede aos professores que “ajudem seus alunos a tornarem-se humanos”, simplesmente humanos. E termina: “Ler, escrever e aritmética só são importantes para fazer nossas crianças mais humanas”.
Talvez esteja aí a chave para entender a crise que vivemos: perdemos o sentido do que fazemos, lutamos por salários e melhores condições de trabalho sem esclarecer à sociedade sobre a finalidade de nossa profissão, sem justificar por que estamos lutando.


O que me leva agora a escrever este artigo-livro é justamente esse imperativo histórico e existencial que me obriga a colocar a questão do sentido que estou fazendo. Qual é o papel do educador na escola, na Educação? O que um professor pode fazer, o que ele deve fazer, o que é possível fazer?

Em inúmeras conferências que tenho feito a professores e professoras, por este país e fora dele, apesar de constatar um grande mal-estar entre os docentes — misturado a decepção, irritação, impaciência, ceticismo, perplexidade —, paradoxalmente, existe ainda muita esperança. A esperança ainda alimenta essa profissão. Há uma ânsia por entender melhor por que está tão difícil educar hoje, fazer aprender, ensinar; ânsia para saber o que fazer quando todas as receitas governamentais já não conseguem responder. A maioria dessas professoras — as mulheres são quase totalidade —, com a diminuição drástica dos salários, com a desvalorização da profissão e com a progressiva deterioração das escolas, procura cada vez mais cursos e conferências para obter uma resposta que não encontraram nem na sua formação inicial nem na sua prática atual.

Entretanto, poucas são as vezes em que essas professoras encontram respostas nesses cursos. Quase sempre, ou encontram receitas tecnocráticas que causam ainda maior frustração ou encontram profissionais da “pedagogia da ajuda”, que encantam com suas belas e sedutoras palavras, fazem rir enormes plateias numa catarse coletiva. As educadoras voltam mais vazias do que entraram depois de assistirem ao show desses falsos pregadores da palavra. Voltam com as mesmas perguntas: “O que estou fazendo aqui?”, “Por que não procuro outro trabalho?”, “Para que sofrer tanto?”, “Por que, para que ser professor?”.

Se, de um lado, a transformação objetiva nas condições das nossas escolas não depende apenas da nossa atuação como profissionais da Educação, de outro lado, creio que, sem uma mudança na própria concepção desse ofício, essa transformação não ocorrerá tão cedo. Enquanto não construirmos um novo sentido para a nossa profissão, sentido esse que está ligado à própria função da escola na sociedade aprendente, esse vazio, essa perplexidade, essa crise deverão continuar.

Em sua essência, ser professor hoje não é mais fácil do que era há algumas décadas. É diferente. Diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre; diante de um mundo em constante mudança, o papel do professor vem mudando, se não na essencial tarefa de educar, pelo menos na tarefa de ensinar, de conduzir a aprendizagem, e na sua própria formação, que se tornou permanentemente necessária.

As novas tecnologias criaram novos espaços do conhecimento. Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o espaço social tornaram-se educativos. Cada dia mais pessoas estudam em casa, pois podem, de lá, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem a distância, buscar “fora” — na informação disponível nas redes de computadores interligados — serviços que respondam às suas demandas de conhecimento. Por outro lado, a sociedade civil (ONGs, associações, sindicatos, igrejas, etc.) está se fortalecendo, não apenas como espaço de trabalho, mas também como espaço de difusão e de reconstrução de conhecimentos.

Na formação continuada, necessita-se de maior integração entre os espaços sociais (domiciliar, escolar, empresarial), visando a preparar o aluno para viver melhor na sociedade do conhecimento. Como previa Herbert Marshall McLuhan (1911–1980), na década de 1960, o planeta tornou-se nossa sala de aula e nosso endereço. O ciberespaço rompeu com a ideia de tempo próprio para aprendizagem. O espaço da aprendizagem é aqui, em qualquer lugar; o tempo de aprender é hoje e sempre.

Hoje, vale tudo para aprender. Isso vai além da “reciclagem” e da utilização de conhecimentos e muito mais além da assimilação de conhecimentos. A sociedade do conhecimento é uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem. As consequências para a escola, para o professor e para a Educação em geral são enormes: ensinar a pensar; saber comunicar-se; saber pesquisar; ter raciocínio lógico; fazer síntese e elaborações teóricas; saber organizar o seu próprio trabalho; ter disciplina para o trabalho; ser independente e autônomo; saber articular o conhecimento com a prática; ser aprendiz autônomo e a distância.



Nesse contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento diante do aluno, que é o sujeito da sua própria formação. Não confundir “mediador” com “facilitador”. As máquinas, os meios, os computadores são facilitadores. O professor é um dirigente. Mais do que um facilitador, é um problematizador; sua função é político-pedagógica. O aluno precisa construir e reconstruir conhecimentos a partir do que faz. Para isso, o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos. Ele deixará de ser um “lecionador” para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem.

Em resumo, poderíamos dizer que o professor se tornou um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador e, sobretudo, um organizador da aprendizagem. Se falamos do professor de adultos e do professor de cursos a distância, esses papéis são ainda mais relevantes. De nada adiantará ensinar se os alunos não conseguirem organizar o seu trabalho, se não forem sujeitos ativos da aprendizagem, autodisciplinados, motivados.

“Ser professor não será um ofício em risco de extinção?”, pergunta-se Luiza Cortesão. Sim, um certo professor está em risco de extinção. O funcionário da eficácia e da competitividade pode existir, mas terá se demitido da sua função de professor. Diz ela que há hoje uma evidente contradição entre o professor “em branco e preto”, o professor “monocultural” — bem-formado, seguro, claro, paciente, trabalhador e distribuidor de saberes, eficiente, exigente — e o professor “intermulticultural”, que não é um “daltônico cultural”; que se dá conta da heterogeneidade; é capaz de investigar, de ser flexível e de recriar conteúdos e métodos; é capaz de identificar e analisar problemas de aprendizagem e de elaborar respostas às diferentes situações educativas. Um não se pergunta por que ser professor. Simplesmente cumpre ordens, currículos, programas, pedagogias. Outro questiona-se sobre seu papel. Um está concentrado nos conteúdos curriculares, e outro no sentido do seu ofício. Sim, um certo professor está em risco de extinção. E isso é muito bom. — O que é ser professor hoje?

— Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo com consciência e sensibilidade. Não se pode imaginar um futuro para a humanidade sem educadores.
Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos marqueteiros, eles são os verdadeiros “amantes da sabedoria”, os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber — não o dado, a informação, o puro conhecimento — porque constroem sentido para a vida das pessoas e para humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos.

Por isso, eles são imprescindíveis.

Fonte: GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: Ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: Livraria e Instituto Paulo Freire, 2008.


http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1708

domingo, 17 de junho de 2012

Expectativas Profissionais

Nunca deixe que as tristezas do passado e as incertezas do futuro estraguem as alegrias do presente.

                    

Muita gente acaba confundindo esse termo com “empregabilidade”, “emprego”, “oportunidade”, entre outros. Carreira, na verdade, é um conceito bem mais amplo, que basicamente descreve a história de um profissional.
    Ter uma carreira é muito mais do que ter um bom emprego, do que aproveitar uma grande oportunidade. Os que conquistaram uma boa carreira, com certeza, aprenderam muito com seus erros e souberam extrair resultados positivos, mesmo nas derrotas.Muitas expectativas se mesclam aos sonhos de sucesso e realização, é o início de uma nova fase com muitos desafios que são, na verdade, o principal combustível para seguir adiante.
  
     Devemos realinhar nossa expectativas de “carreira” lembrando que, com a ampliação da expectativa de vida, dificilmente teremos apenas uma “profissão” em nossas vidas.
Precisamos concentrar nossos esforços e expectativas de desenvolvimento pessoal em desafios e projetos e não mais em uma carreira, sabendo que a profissão ou o emprego atual é só um meio para algo muito mais verdadeiro que a carreira profissional.
Proponho que não tenha muitas expectativas sobre títulos e cargos. O importante são os desafios que você conquista e a forma que utiliza para superá-los.
Durante nossa trajetória teremos bons empregos e péssimos chefes ou ótimos lideres e terríveis ambientes de trabalho, as escolhas que você fizer e a forma que irá utilizar para realizá-las irá determinar sua verdadeira carreira.
Seu grande legado, seu supremo reconhecimento não acontecerá por uma carreira profissional, mas sim por sua carreira de vida.

Desejo sucesso em sua vida, para está nova etapa que se inicia hoje.